sábado, 28 de fevereiro de 2009

Prece


Deito na grama gelada.

Tapete frio, incansavelmente desafiando seu oponente sem fim, um eterno céu negro perfurado por estrelas. Luzes do meu presente, elas sussurram segredos. Restos de um distante ontem que a mim não pertence, elas também ecoam histórias. Histórias fantásticas. Deito na grama para acolher a multidão que grita a cima de meu corpo, diante de meus olhos. O delicado caos de luz cai sobre mim como guerreiros cobrindo uma vasta planície. São altas e elegantes ondas de gigantescas estrelas que a esta terra chegam como pedrinhas de diamantes. Todas gritam ao mesmo tempo. São tantos destinos. Tantos tempos perdidos em diferentes pontos do céu... Acredito. Sim. Acredito no que não posso ver. E o faço com toda a força, justamente por estar vendo aquilo que não mais existe lá, há anos-luz daqui. Acredito sim. E agora o universo inteiro existe aqui.

Deito na grama para dizer a Deus que sim.