A cidade toda está em chamas, como nunca
Chamas de fogo e de papel,
Caindo em cascatas de janelas simpáticas, que piscam
E mais à frente trazem a prefeitura abaixo,
E aqui, a banda passa e ninguém apenas olha
A cidade toda está em chamas, como previam
Chamando os tempos que nunca vieram
Em cascatas invisíveis de paz e amor, que persistem,
E mais à frente a nuvem vai queimar meus olhos,
E aqui também, como sempre, vou pensar em você
A cidade toda está em chamas, como temi
Chamas de fogo e de gritos,
Vindo em cascatas de saudade e horror, que acertam
E mais à frente eu sorrio por ainda te ter aqui dentro
A cidade toda está em chamas, como você sabe
Chamando aqueles que sabem e não sabem amar
Em cascatas de esperança que chegam temperadas com medo
E mais à frente tento voltar pra casa na esperança de te ver
Nessa noite, te abraçar seria a melhor revolução
sexta-feira, 21 de junho de 2013
terça-feira, 23 de abril de 2013
Torpor
Entorpecido, mergulhado em águas russas, afundo nas cobertas para deixar o que resta da noite para trás. A tontura temperada com saudades aleatórias me impede de segurar toda a correnteza prestes a perder o controle. Um gesto é tudo o que ocorre; Minha própria mão momentaneamente mostrando um flash das minhas verdadeiras cores, sempre tão bem guardadas. Uma fraqueza tola, entregando tanto por nada. Não é estranho quando nossos feitiços não surtam efeito?
Encantos, gestos, palavras e hinos navegando para fora de meus olhos em direção ao mundo, em vão. Quem reconheceria esses cantos desbotados?
Vidros, copos, ventos e vozes ao longe. Aqui, o pensamento de que sim, estou caído e derrotado. Perfeitamente humano. Penso na coerência da Imperfeição e decido, com o maior ato de ousadia do mundo, carregar um belo e sonoro perfeito tatuado no peito. Perfeito sim, do alto de minhas convicções estranhas a vocês. Perfeito, só para provocar o mundo por estar perdido nessa insanidade passageira - mas tão real.
Ah, já se foi o tempo em que talvez fosse possível moldar tudo isso que carrego em mim para que eu crescesse em outra direção. Talvez já tenha havido a chance de deixar essa essência estranha guardada lá no fundo, como um oceano secreto e assustadoramente silente. Talvez.
Essa tormenta é doce, porém constante; e no fim do dia ainda me pergunto: quem vai navegá-la, afinal?
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