"As you turned to go I heard you call my name,
You were like a bird in a cage spreading its wings to fly
''The old ways are lost,' you sang as you flew
And I wondered why."
- The Old Ways, Loreenna McKennitt -
Olhos negros e fortes eram aqueles que com força incisiva se fixavam sobre o mar. Eram olhos que possuiam os tons mais belos da natureza e abarcavam em si todo o vasto universo, com todos os seus segredos e anjos. Com todos os seus Deuses e todos os seus demônios. O vento frio brincava em seus longos cabelos enquanto ela acariciava a mais terrível fera daquela embarcação em seu colo. E brincava com os Deuses ouvindo os prenúncios de sonhos que soavam da distante terra para qual seguia. Dono de tantos mistérios femininos, seu coração possuia as chaves das verdades. Ele sim conseguia ouvir o que aquela elegante fera tinha a dizer, conduzindo a jornada em ritmo de uma tranqüila fuga. Assim, em prece e com seus olhos perdidos na imensidão azul, ela acariciava calada, em uníssono com as águas que cercavam aquela rústica embarcação, o silêncio de quem foge dos homens cruéis. Fugia para um último abraço de sua amada mãe terra.
O motivo de sua fuga pelos mares era apenas um: o fogo. Nele perecia todo aquele que tivesse acesso às verdades da Grande Mãe. E em seu errôneo uso ele era obrigado a lançar chamas em milhares de mulheres, homens e crianças, que no fundo nada mais eram do que simples filhos da natureza, que jamais deixariam de lado seus círculos, suas danças e seus Deuses. Apenas o fogo, erroneamente comandado por homens-bestas, era capaz de impedí-los. E apenas o fogo, apesar de cruel nesta ocasião, os libertava de um mundo onde apenas um Deus poderia reinar, através do sangue derramado. Sangue pagão de quem carregava aquela que é tríplice no coração.
Perdido no passado era o tempo em que as forças opostas equilibravam a vida. Agora, em trevas se encontravam aqueles irmãos e irmãs, filhos da Grande Mãe, carregando o sangue que corre nas veias das árvores e dos rios. Almas leves que brotaram das flores e das pedras, outrora preenchendo as terras com suas cores e seus perfumes de Maio... Tantas perderam-se no fogo, enquanto raras tentavam se encontrar na água. Quase perdidas.
Tais almas navegavam guiadas pelo silêncio para a esperança de uma nova terra, rumo às clareiras e bosques que as receberiam em seus secretos altares como um palácio recebe sua realeza. Fugiam para uma liberdade temporária que acabaria em chamas mais cedo ou mais tarde. Seguiam para uma última celebração; e navegando em resquícios de doces sonhos de uma outra era, ela, como uma sacerdotisa, acariciava o silêncio como uma mãe acaricia seu filho doente.
Não crer? – Jamais. Não ousaria perder a fé naquela que sempre a guiara, pois sabia que em sua glória jamais pereceria. Sabia em sua alma que seu corpo era ilusão passageira, porém sua fé e sua arte poderiam sobreviver a qualquer ódio ou força de todo e qualquer homem. Cantarolava com orgulho e tristeza o hino à nova terra, sabendo que um dia, cansada da tirania dos homens, dançaria com vida na terra dos mortos; e sua arte renasceria em um tempo distante daquele, trazendo ela, seus irmãos e suas irmãs para um novo nascer do sol.
O motivo de sua fuga pelos mares era apenas um: o fogo. Nele perecia todo aquele que tivesse acesso às verdades da Grande Mãe. E em seu errôneo uso ele era obrigado a lançar chamas em milhares de mulheres, homens e crianças, que no fundo nada mais eram do que simples filhos da natureza, que jamais deixariam de lado seus círculos, suas danças e seus Deuses. Apenas o fogo, erroneamente comandado por homens-bestas, era capaz de impedí-los. E apenas o fogo, apesar de cruel nesta ocasião, os libertava de um mundo onde apenas um Deus poderia reinar, através do sangue derramado. Sangue pagão de quem carregava aquela que é tríplice no coração.
Perdido no passado era o tempo em que as forças opostas equilibravam a vida. Agora, em trevas se encontravam aqueles irmãos e irmãs, filhos da Grande Mãe, carregando o sangue que corre nas veias das árvores e dos rios. Almas leves que brotaram das flores e das pedras, outrora preenchendo as terras com suas cores e seus perfumes de Maio... Tantas perderam-se no fogo, enquanto raras tentavam se encontrar na água. Quase perdidas.
Tais almas navegavam guiadas pelo silêncio para a esperança de uma nova terra, rumo às clareiras e bosques que as receberiam em seus secretos altares como um palácio recebe sua realeza. Fugiam para uma liberdade temporária que acabaria em chamas mais cedo ou mais tarde. Seguiam para uma última celebração; e navegando em resquícios de doces sonhos de uma outra era, ela, como uma sacerdotisa, acariciava o silêncio como uma mãe acaricia seu filho doente.
Não crer? – Jamais. Não ousaria perder a fé naquela que sempre a guiara, pois sabia que em sua glória jamais pereceria. Sabia em sua alma que seu corpo era ilusão passageira, porém sua fé e sua arte poderiam sobreviver a qualquer ódio ou força de todo e qualquer homem. Cantarolava com orgulho e tristeza o hino à nova terra, sabendo que um dia, cansada da tirania dos homens, dançaria com vida na terra dos mortos; e sua arte renasceria em um tempo distante daquele, trazendo ela, seus irmãos e suas irmãs para um novo nascer do sol.
4 comentários:
Oi!
Nas férias, ler seus textos vai ser legal... relaxa... colocar um sentido nas coisas que parece ser assim que acontece...
É preciso apenas estudar um pouco essa coisa de cultura celta, pq eu sou leigo mesmo! rss
Mas ainda bem que existe pessoas que saibem escrever! Muito lindo.
Bjs
Texto interessantíssimo!
desculpa rique, é o marcos, e eu ainda num li tudo, mas eu sei que tá foda, um pq tu escreveu, e dois...¬¬... pq tá com aquele ritmo, que eu ADOOOOOOOOOOOOOOOOOOORO, e...vai se arrumar, pq vc quer chegar aqui antes das 10, e a segunda parte, se vc num chegar até as 10, e vc mora na frança, vão ter não só dois punhos pra te espancar.... vão ser 4 e...sorry, dear. dois deles são grandes, e muito, mas muuuuuuuuuuuuuuuuito, maldosos...
beijo.
¬¬
p.s.: Vai se arrumar, depois a ana comenta, e eu o faço com decencia...
(=
Não sei por que, mas isso me lembrou a inquisição...
=]
Eu gosto do feeling dos teus textos. Sempre me faz lembrar do "velho" com todas as respostas.
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