Alemanha.
Na época, devo confessar, eu não sabia o que este nome significava. Mas tenho certeza de que era Alemanha, ou ao menos a área que a circunda. Naquela casinha, as paredes eram de madeira, definitivamente. Não sei dizer ao certo, contudo, se se tratava de uma madeira escura ou apenas de qualquer madeira. Lembro da pequena e aconchegante cama feita de palha e panos, no andar de cima. Não chegava a ser um andar propriamente dito: você subia por uma pequena escada de madeira e a cama já estaria ali, ocupando todo o espaço. Havia uma lareira no andar de baixo, que se resumia a uma espécie de cozinha-quarto, ou quarto com direito a uma fornalha e uma fogueira, sempre acesa em resposta à fina neve que caía lá fora.
Naquela casa haveria, se não me engano, um homem, uma mulher e uma ou duas crianças. Uma família, mesmo. Eu me sentia parte daquele pequeno grupo. A sensação de aconchego e segurança que aquelas paredes me transmitiam dura até hoje, como um sonho que nunca saiu de mim.
A estradinha de terra, que começava quase na porta, era um alento para qualquer um que fosse caçar debaixo daquele céu . Tinha um tom escuro meio claro, num ar saudoso de fim da madrugada.
E o frio...
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