Desperto por volta das 3:00.
O que lembro (em formato .dream - créditos do amigo Oli! -) é de eu na Ilha, tentando pegar um ônibus, num trânsito caótico. Depois lembro de estar no que para mim seria a “faculdade”, que lembra a PUC, mas com uns andares a mais, umas escadas rolantes azuis/brancas, iluminadas. Sonhei com esse lugar semana passada e despertei quando caía de uma escada imensamente alta, feita de arame.
O que eu lembro com muita clareza dessa noite é de olhar pro prédio e pensar que por essa nova perspectiva ele na verdade nem parecia a PUC, e que estar lá todo dia não me soava como voltar ao passado, e sim como o que de fato aquilo era: uma nova etapa.
Começo a conversar com alguém sobre TCC e alguém acima de nós, tipo um superior/orientador, avisa que os trabalhos finais daquele ano/período seriam sobre o nazismo, e que os livros que estavam comigo deveriam ser devolvidos. Eu estava pensando em escrever sobre romances medievais ou algo assim. Grandes casais da história... Enfim, não recebo bem a notícia e falo em inglês (!): I hope you know, this sucks, right?! E eles riem.
Chego na livraria e muitas pessoas estão entrando e saindo do pequeno estabelecimento, eu tusso um pouco (?) e algum fala corona vírus! em tom de brincadeira. Fico tímido e finjo que não ouvi.
Há uma fila de pessoas pra “devolver livros” e eu entro numas de pensar sobre uma segunda graduação que eu poderia fazer. Penso, não sei porque e nem como, nas pessoas que vivem no norte da África ou em locais mais distantes, e cogito que fazer relações internacionais poderia ser uma boa, mas que eu teria que aprender alemão ou árabe e isso demandaria tempo. É aí que as coisas ficam mais estranhas.
Eu vou a um guichê ajudar uma senhora muito velinha e muito pobre, a deixar os livros dela. Lembro vagamente de ela ser negra, muito magrinha, com um lenço branco na cabeça, casaquinho e com uma saia longa, bem humilde (agora, só ao lembrar dela, todo o corpo fica completamente arrepiado). Penso que seria uma boa ajudá-la, assim já me poderia me livrar dos meus livros também. A pessoa do caixa começa a ler os títulos, e a senhora começa a justificar os livros devolvidos, listando as coisas que “não pode”. Essa lista corre rápido; e imagens confusas surgem, rapidamente - lembro da foto em preto e branco de um homem te terno, de uma figura meio tenebrosa numa arvore seca... Não consigo acompanhar o ritmo com que as coisas são ditas e isso me faz questionar um pouco a situação. Ao fundo ouço uma musica, mulheres entoando algo. Sinto que há algo de diferente e acho que me assusto, ouço algo como “me ajuda, senhor, por favor, só um pouco” e tenho a impressão de que alguém vem para cima de mim, como se fosse sugar algo pela minha boca.
Desperto de uma vez, e um rush de energia me desce da cabeça aos pés como um tímido raio. Fico arrepiado por alguns minutos, bem impressionado.
Observações:
- Lembro de um momento, não sei que em que altura do ocorrido, em que eu estava prestes a subir para uma sala de aula e alguém me pede informação sobre uma sala, e eu prontamente dou as coordenadas para chegar ao quinto andar ou algo assim. O que importa aqui é que nesse momento eu lembro de pensar que já estava muito habituado àquele lugar, e que ir lá todo dia tem sido bom. Era algo muito natural, esse pensamento.
- Acredito 98% que esse foi o local onde tive um sonho muito interessante de estar estudando, semana passada. Foi um sonho que ocorreu logo após um outro sonho envolvendo assistência. Tendo a acreditar que seja um local onde ocorrem tanto aulas como assistências, não sei se isso é possível. A associação com minha antiga faculdade deve ficar por conta da minha cabeça mesmo.
- O que me fez querer registrar o ocorrido foram os arrepios intensos e o rush de energia que senti ao acordar, elementos que me parecem estar intimamente ligados à projeção da consciência.