Para além dos confins de meus jardins externos,
se encontra a flor que sobreviveu ao dilúvio dos tempos antigos.
Suas pétalas únicas são luas silenciosas cobrindo céus sem estrelas.
Seu odor, perfume lúdico, viaja por mares profundos, terras distantes e topos malditos.
Sua luz guia tolos por entre as árvores gigantes e imponentes.
Seu caule de seda, letal, nasceu dos fios de cabelo das mais belas fadas;
e seu pólen, etéreo, é o manjar dos Deuses decadentes.
Eis meu maior tesouro.
Eis meu maior tormento.
Eis minha maior blasfêmia.
Eis meu desejo crescente.
Para além dos confins de meus jardins externos,
existe em silêncio a Violeta Selvagem.
Dama lírica das noites quentes, rainha impura entre as sílfides cintilantes e transparentes.
Sua aura emana luz de eclipse com gosto das frutas sagradas e, ao pé do verão,
constelações de pecados surgem ao seu redor, incandescentes.
Sua voz é orvalho em teia de aranha furta-cor
e seus desejos, em lua crescente, se tornam raivosas tormentas de amor.
Para além dos confins de meus jardins externos,
reside aquela de quem sou aprendiz.
Seu doce veneno corre em veias estranhas, escravizando demônios, sacerdotes e melodias sutis.
Sua beleza já espalhou o caos e sua tristeza já plantou a dor.
Suas raízes sustentam palácios, contudo lhe falta a posse do amor.
Lá, bem para além de meus jardins,
se encontra aquela que conquistei inutilmente por eras.
Aquela que, ao vestir seu manto, não quis ouvir à música das esferas.
Lá, bem para além de meus jardins externos,
governa aquela que possui meus dias e minhas noites como bobagens.
Aquela que possui minh'alma presa em suas pétalas roxas de violeta;
Violeta Selvagem...
Um comentário:
Veroca tem q ver isso aqui...
Ela vai adoraaaaaaaar comentar e dissertar sobre esse seu poema simbolista.
Fato q blogs vão ser a tendência nessas férias.
Se dedica mais a sua escrita, porra...
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